sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Lingerie

Olá garotas!

Nesse novo post pegarei um gancho com a última matéria postada, sobre a  história das pin ups, e nos levar a uma viagem pela história do lingerie!

Essas belas peças que compõem o vestuário feminino, e o imaginário masculino, já passou por várias transformações ao longo dos tempos, seguindo as alterações culturais e o avanço das mulheres perante a sociedade.
Nas pesquisas que fiz, as primeiras informações que obtive sobre o primeiro lingerie vem de Creta ,a ilha do minotauro, por volta do segundo milênio A.C.(Antes de Cristo). Muito vaidosas, as mulheres usavam uma espécie de corpete de sustentação, bem simples, que projetava os seios nus. A inspiração era a Deusa Serpente, ideal de beleza da época.


Deusa Serpente


Já na Idade Média, surgiram 4 peças que seriam os ancestrais do corselete:
·         Cota: uma túnica com cordões que eram amarrados.

·         Sorquerie: uma espécie de cota mais justa.

·         Surcot:  um colete que era colocado sobre o vestido e amarrado.

·         Bliaud: um corpete que parecia uma couraça e era amarrado atrás ou na lateral.



Sorquerie 


Surcot

Bliaud

No século XV, final da Idade Média, durante o ducado de Borgonha, as mulheres começaram a usar um cinto largo sob o busto que sustentava e dava volume aos seios.  Aliás, pelo que vi neste período da história, são tentativas de valorizar e aumentar o busto (práticas bem atuais!).


Durante o Renascimento, o lingerie ganha personalidade com o surgimento do “corps piqué”. Um corpete pespontado, que apertava o ventre, afinava a cintura e elevava os seios. Além de uma haste central de metal, que chegava a pesar até um quilo. A peça tinha outras hastes feitas de madeira ou marfim. Também conhecidos como espartilhos, eram feitos de esparto, mesmo material usado para fazer cestos. Perigosa e polêmica, este tipo de peça comprimia os órgãos internos, causando entrelaçamento de costelas e até a morte. Mas não temos como negar a beleza do design desta peça.

Corps Piqué

A partir de 1770, junto com as idéias iluministas que culminaram com a Revolução Francesa, houve uma espécie de cruzada anti-espartilho. Médicos, escritores, filósofos militavam contra os corseletes.
As mulheres do século XVIII começam a respirar, literalmente, um pouco mais aliviadas. As hastes de madeira e metal foram substituídas pelas barbatanas de baleia. Os decotes aumentaram, os corseletes passaram a ser confeccionados para comprimir a base do busto, deixando os seios em evidência (vem de novo a valorização dos seios).
Corselet

Também foi nesta época que os corseletes ganharam sofisticação. Eram bem trabalhados com bordados, laços e tecidos adamascados. Genuinamente “boudoir”.
Além dos espartilhos, a outra roupa íntima usada pelas mulheres da época, era uma calça branca de algodão que ia até os joelhos, e tinha babados na barra.



A partir do século XIX coisas importantes aconteceram para a evolução da lingerie, surgiram as crinolinas (anáguas confeccionadas com tecidos rígidos, feitos de crina, para armar as saias) . Deixavam a roupa um espetáculo!



Em 1913 finalmente chega “a criação”, o soutien, foi criado em Paris. A boutique de Heminie Cadolle elaborou um modelo de algodão e seda, feito de dois lenços, um pedaço de fita cor-de-rosa e um pouco de cordão. Haviam porém poucas opções de tamanho e o ajuste era feito por presilhas nas alças. Nesse mesmo ano, a socialite americana Mary Phelps Jacob patenteou o soutien, e em seguida vendeu a patente para uma fábrica americana de roupas femininas, a Warner Brothers Corset Company, por 15 mil dólares da época. Começava a industrialização da lingerie.

1º modelo soutien

Com a chegada da 1ª Guerra Mundial, também veio a mudança no cotidiano das mulheres. Por necessidade, elas migraram para dentro das fábricas, ocupando lugares dos homens (pois estavam todos na guerra!). Assim, a vida glamorosa teve que ficar de lado, dando espaço para uma vida mais simples. Da mesma forma as roupas seguirão essa tendência de vida, se transformando em modelos mais práticos e confortáveis.
Dos anos 20 a 30 o avanço dos lingeries foram revolucionários. As mulheres “liberadas” usavam vestidos curtos e decotados. Como o intuito não era de exibir os seios grandes (sai o seio de cena), surgiram os sutiãs especiais que achatavam os bustos. A cinta-liga foi criada para segurar as meias 7/8, muito usadas (e exibidas!) pelas famosas dançarinas de Charleston.

Década de 20 a 30

Cinta liga e meias 7/8


Em 1935 o surgimento do nylon permitiu uma série de transformações e inovações em sua confecção (curiosidade: o nome nylon é uma homenagem às cidades de Nova York e Londres).
Na década de 50, com o final da Segunda Guerra Mundial, o New Look do costureiro Dior propunha a volta da elegância e dos volumes perdidos (volta os seios!) durante o período da guerra.
Para acompanhar a nova silhueta proposta pelo costureiro, a lingerie precisava deixar o busto bem delineado e a cintura marcadíssima. Surgiram os sutiãs que deixavam os seios empinados, e as cintas que escondiam a barriga e modelavam a cinturinha (grande invenção!).

Década de 50

Já a década de 1960 foi marcada pela emancipação da mulher, a liberação do corpo, afetando todo o mundo da moda. A moda íntima se torna mais leve, com o encurtamento das saias e a proeminência das meias calças.
Nos anos 70, a modelagem do lingerie se mostrou mais básica, privilegiando o conforto. A explicação é simples: a mulher ocupava cada vez mais espaço no mercado de trabalho, conquistava liberdade e direitos e não mais aceitava relações que não a faziam feliz (chegada do divórcio). A sedução estava em baixa, e, em geral, as mulheres buscavam uma vida mais prática. A famosa tanga foi um símbolo dos anos 70. 

Década de 70

Nos anos 80 a inspiração romântica tomou conta da moda. Cinta-liga, meias 7/8 e corseletes (sem a antiga modelagem claustrofóbica) voltaram à moda. Rendas, laços e tecidos delicados enfeitavam calcinhas e sutiãs. Nesse momento, é impossível não falar de Madonna. Ela usava (e usa até hoje!), e mostrava soutiens, corpetes, cintas ligas, fazendo um grande sucesso entre as mulheres que levaram essa moda para a vida real.




Dos anos 90 até os dias de hoje, a lingerie, assim como a moda, não segue apenas um único estilo. Modelagens retrô, como os caleçons (super em alta), convivem com as calcinhas estilo cueca. Os sutiãs desestruturados dividem as mesmas prateleiras com os modelos de bojo. Tecidos naturais, como o algodão, são vendidos nas mesmas lojas de departamento que os modelos com tecidos tecnológicos. Tem para todos os gostos e corpos!!!
O lingerie é uma peça importante e consagrada no guarda-roupa feminino. Símbolo de autoestima e poder . Qual a mulher que não se sente mais atraente e poderosa vestida com uma bela peça de lingerie?






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